segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


VOCÊ COMPRARIA UM CARRO USADO DESSE HOMEM?
Numa nação, como a brasileira, em que vários dos seus detratores quando pretendem minimizar, enxovalhar ou ridicularizar feitos se valem do fato de que, inicialmente o país foi povoado, em grande parte, por degredados e toda a sorte de criminosos que para cá eram enviados por Portugal e mesmo assim à força, pois conta-se que muitos estupradores portugueses, principalmente aqueles que atentavam contra a pr que tinham como opção serem degredados para as terras brasileiras ou serem castrados se decidiam pela segunda alternativa, é deveras alvissareiro e promissor que muitos e muitos cidadãos, num procedimento que vem se tornando rotina, devolvam objetos e dinheiro, às vezes quantias vultuosas, que são perdidos e por eles achados.
Criticar a falta de honestidade pontual que se verifica em alguns seguimentos sociais e profissionais é generalizar a desonestidade, quem sabe isso se dê pelo desacorçoamento da população, cansada e levada pelos usuais hábitos dos nossos congressistas, boa parte deles reles marginais que procuraram abrigo e proteção á sombra de um mandato legislativo que impedem ser eles julgados até mesmo pelos crimes mais comuns, em cenas costumeiras, tamanha a descrença e falta de credibilidade que assolam os ares do Congresso Nacional e adjacências, entretanto, milhares de brasileiros existem que, trabalhadores e honestos vivem do que ganham com dignidade e às custos do seu sofrido labor diário, sendo estes os principais atores de cenas onde a honestidade e os princípios e padrões éticos se manifestam na mesma proporção dos escândalos com os politiqueiros, sendo que ambas vem deixando de ser atrações chamativas na mídia, por rotineiras que vem se tornando.
Eu mesmo assisto e vivencio como espectador, quase que diariamente, inúmeras cenas de humildes pessoas devolverem trocos nas filas, alertarem para dinheiro que alguém deixou cair de forma inadvertida, porém o contrário também não me passa desapercebido, naquela atitude que ficou por deveras conhecida e virou chavão e estigma, e que rotula aos oportunistas, quando o então tricampeão mundial de futebol Gerson, do que talvez até hoje se arrependa, ao fazer um comercial de um cigarro, se não me engano chamado mistura fina, profere no seu final uma frase: “para quem quer levar vantagem em tudo”, como hábitos de pessoas em filas de supermercados,quando a máquina registradora totaliza a conta e elas, de forma descarada, fala você deixa “por tanto”, subtraindo ínfimos centavos que o caixa aceita passivamente, talvez até mesmo por ordem da empresa, mas que, porém somados no fim do dia lhe serão debitados do mísero salário que quase nunca ultrapassa o mínimo previsível legal e portanto obrigatório, mas se sabe também que quando se sobra alguma quantia no caixa , por certo também pequena, ela não vai para o operador e fica com a empresa.
Não muito longe se vai o tempo em que os tratos negociais eram selados pelo fio do bigode dos negociantes, ficando isso e a palavra dada valendo mais do que qualquer escrito, pois geralmente ele era cumprido na íntegra conforme pactuado quando de sua efetivação, e é assim que muitas pessoas ainda resistem em manter a fé e a confiança na palavra daqueles que julgam merecedores de tal crédito, pois muitas e muitas pessoas permanecem com o seu estilo pessoal de acreditar, confiar e aguardar que o seu próximo aja de igual forma, a palavra e o compromisso sendo inalterável, isso ocorrendo com maior enfase com os interioranos onde todos se conhecem e convivem diuturnamente,
Existe um usual chavão para colocar em dúvidas a idoneidade de alguém, pois quando se quer coloca-la em xeque, uma das perguntas é: “você compraria um carro usado desse homem?” . Pois de forma confirmatória de que o inverso é verdadeiro, já vi transações comerciais em que a confiança fez com que em duas oportunidades negócios com automóveis fossem feitos tendo como maior segurança e garantia a palavra empenhada.
Assim o é que, nas três décadas que residi na cidade de Goiás, antiga capital do Estado, conheci lá um cidadão exemplo de conduta irretocável e lisura com os seus compromissos, tanto que pude assistir ele vender dois carros em ocasiões diferentes para um mesmo conhecido, de uma cidade próxima, sem que aquele sequer vistoriasse os veículos, ficando apenas no apalavramento mantido, via contatos telefônicos entre os dois.
Talvez levado pela curiosidade de saber quanto ao grau de satisfação do negócio, do que tive a oportunidade por conhece-lo também, de constatar junto ao comprador e confirmar estar corretas todas as informações que haviam sido fornecidas pelo vendedor. Certa feita também assisti em uma outra transação cuja moeda mais forte também foi a boa fé e a credibilidade dos envolvidos , numa total confiança, um outro conhecido vender para um terceiro das nossas relações, um parte de uma ilha no rio Araguaia, apenas mediante informações de como ela era, e a transação tendo agradado a ambos, com o adquirente só vindo a conhecer o imóvel após decorrido um certo tempo de já haver pago integralmente pelo mesmo.
É, ainda existem seres humanos que sabem o valor da honra e da palavra dada, quando um compromisso assumido é garantia e total certeza do seu cumprimento, independentemente de avalistas, informações bancárias, penhores e cauções, pois para pessoas dessa natureza basta saber que existe tal obrigação e um prazo atempado para ser realizada.
José Domingos